A livre opção pela cesariana: um “nudge às avessas”

Bruna Menezes Gomes da Silva, Julio Cesar de Aguiar

Resumen


Resumo: A pretexto de resguardar a autonomia da parturiente, inovações legislativas que visam a garantir o direito de escolha pelo parto cirúrgico independente de indicação médica emergem no Brasil. Os altos índices de intervenções cesarianas realizadas no país, contudo, subsidiam questionamentos quanto à necessidade e conveniência da criação de normas que contrastam com as evidências científicas relacionadas à segurança da assistência ao parto e que, à luz da análise comportamental e econômica do direito, impulsionam a escolha pelo modelo cirúrgico de parto em prejuízo do melhor interesse da mulher, da criança e do sistema de saúde. A compreensão da novel legislação como um nudge com efeitos perversos revela que a previsão legal de um direito à cirurgia cesariana não é um mecanismo eficiente para garantir a saúde e autonomia da mulher no ciclo gravídico-puerperal.

Palabras clave


tocologia; cesárea; jurisprudência; autonomia pessoal

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DOI: https://doi.org/10.5102/rbpp.v11i1.6589

ISSN 2179-8338 (impresso) - ISSN 2236-1677 (on-line)

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